Depois d'eu rir discretamente sob a máscara, o médico aparentemente gay disse:
- Pacientes com gripe a gente tá encaminhando para uma sala reservada, ali.
"Sala reservada, hein? Se eu fosse negro isso ia dar era confusão".
Ele me levou até uma sala de espera.
"Legal, sala VIP".
Fui atendido um ou dois minutos depois pela médica, que me encaminhou à sala VIP, enquanto eu segurava uma prancheta com uma ficha com todas as minhas informações, incluindo nome, endereço, telefone e tudo o que for preciso para que me seqüestrassem depois. Que tal um agente da ABIN com uma coisa destas, hein?
Além das minhas informações, a prancheta indicava o requerimento de exames como "exame de sangue" e "raio-x". "Fure-me" e "tire foto das minhas entranhas", legal.
Eu entrei na sala e escolhi uma cadeira para sentar. Vi outros dois caras, também com máscara.
É, na maioria das vezes, interessante ver alguém na mesma situação que você, você fica querendo saber o que vai acontecer no final com aquele cara com o qual você se identifica em pelo menos algum detalhe ínfimo - neste caso, o detalhe ínfimo que eu tinha com os dois caras era o fato d'eu estar resfriado e num quarto e com uma máscara de hospital.
Que tal uns agentes da polícia invadindo o hospital pra matar todos os casos de gripe suína, hein?
Eles chegariam lá, perguntariam a um paciente
- Cadê os resfriado
e andariam imediatamente pra onde alguém apontasse, o que seria mais ou menos a sala onde eu estava. Eu terminaria sendo metralhado por estar gripado.
sábado, setembro 05, 2009
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