sábado, setembro 05, 2009

O drama de um resfriado III

Pisei em algo que eu posso apenas descrever aqui como uma "pecinha de plástico", mas que talvez fosse uma peça importante de algum aparelho vital para a vida de alguém... Nossa, que viagem.

Notei outras 3 peças destas no chão. Fiquei me perguntando se isto era importante, e depois minha atenção foi mudada para a sala em si. Eu fiquei imaginando o que seria dela se ela fosse num hospital público. Seria cheeeeeia de gente.

Chega na sala o que eu acredito ser um enfermeiro.
- Boa tarde, eu vi aqui pra fazer um hemograma.
O ar condicionado deveria ter afetado os meus neurônios, eu não entendi.
- Exame de sangue - ele falou.
Aaaaaahhh, agora entendi. O cérebro afetou mesmo, eu não soube o que era hemograma.

Foi neste momento que eu descobri que sou uma moça. Que agulha pra doer, véi!
Ele tirou a agulha com o frasquinho de sangue e eu fiquei torcendo pra que ele não tivesse que furar o meu braço de novo, o que ele não fez...
Ufa!

Depois disso fui encaminhado pra fazer o exame de raio-x.
Eu aprendi na escola que os raios x são uma série de ondas eletromagnéticas.
E daí? Eu só uso pra tirar foto de dentro de mim mesmo. Foda-se.
Tirei a foto das minhas entranhas e voltei para a sala.

Mais tarde a médica me disse que não tinha nada de errado comigo, e que a minha doença "não tem nada a ver com gripe suína", era apenas uma "infecção nas vias aéreas".

Bom saber que eu não estava com gripe suína.
Oinc.

O drama de um resfriado II

Depois d'eu rir discretamente sob a máscara, o médico aparentemente gay disse:
- Pacientes com gripe a gente tá encaminhando para uma sala reservada, ali.
"Sala reservada, hein? Se eu fosse negro isso ia dar era confusão".
Ele me levou até uma sala de espera.
"Legal, sala VIP".
Fui atendido um ou dois minutos depois pela médica, que me encaminhou à sala VIP, enquanto eu segurava uma prancheta com uma ficha com todas as minhas informações, incluindo nome, endereço, telefone e tudo o que for preciso para que me seqüestrassem depois. Que tal um agente da ABIN com uma coisa destas, hein?
Além das minhas informações, a prancheta indicava o requerimento de exames como "exame de sangue" e "raio-x". "Fure-me" e "tire foto das minhas entranhas", legal.
Eu entrei na sala e escolhi uma cadeira para sentar. Vi outros dois caras, também com máscara.
É, na maioria das vezes, interessante ver alguém na mesma situação que você, você fica querendo saber o que vai acontecer no final com aquele cara com o qual você se identifica em pelo menos algum detalhe ínfimo - neste caso, o detalhe ínfimo que eu tinha com os dois caras era o fato d'eu estar resfriado e num quarto e com uma máscara de hospital.

Que tal uns agentes da polícia invadindo o hospital pra matar todos os casos de gripe suína, hein?
Eles chegariam lá, perguntariam a um paciente
- Cadê os resfriado
e andariam imediatamente pra onde alguém apontasse, o que seria mais ou menos a sala onde eu estava. Eu terminaria sendo metralhado por estar gripado.

O drama de um resfriado I

Acordo repentinamente de manhã. Quase que instantaneamente, minha mãe abre a porta do quarto dela para me acordar.
- Não dá, mãe. A garganta piorou. Nariz entupido...
Ela já havia entendido - no dia anterior eu tinha dito à ela que minha garganta tava ruim, mas tinha ido pra' aula (coincidentemente antes d'eu ir pro colégio, mas esse foi o responsável pela minha piora, até porque as salas têm ar condicionado).
Hoje foi diferente, não era só a garganta doendo. Era a garganta doendo, o nariz entupido, o corpo febril e a porra loca toda.
Ainda bem, porque hoje eu não tava mesmo afim de ir pro colégio.

Depois de passar a manhã no computador esperando que alguém me levasse ao hospital, finalmente vou. Chego lá, apresento minha carteira do plano de saúde à atendente e fico esperando sentado. De repente sou chamado novamente, e na recepção surge na minha frente o que eu diria ser o primeiro médico aparentemente gay que eu já vi na minha vida.
Não que ele estivesse usando um jaleco rosa ou algo do tipo, mas era um gay daqueles, do tipo que você detecta só de olhar para a cara dele.
Quer dizer, eu não tinha certeza se ele era, e o único 1 segundo que eu olhei para ele não foi suficiente para que meu cérebro trabalhasse na hipótese dele ser gay. Apesar disso, depois deste 1 segundo passado, ele falou algo que revelou a opção sexual dele antes mesmo d'eu imaginar. Ele olhou pra mim e disse:

- Chiclete.
"Boiola".

Brincadeira, não foi isso o que ele me disse. Ele olhou pra mim e disse:
- Tá gripado?
Eu disse:
- Dor de garganta há alguns dias, nariz entupido também.
- Catarro?
- Aham.
Ele olhou pra mim ao mesmo tempo em que pegava algo, com uma cara de como se eu fosse correr dali e sair espirrando em todo mundo quando ele bobeasse e tirasse a vista de cima de mim.
Me deu uma máscara, a pus e fiquei rindo discretamente pra mim mesmo sobre a possibilidade d'eu estar com gripe suína. Oinc.